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O que é o ensino híbrido?

 

Portal Somos Par

Desde março de 2020, um termo tomou os holofotes nas discussões sobre educação: Ensino Híbrido. Com isso, era inevitável que surgissem dúvidas e questionamentos sobre essa abordagem de ensino. Para ajudar você a compreender melhor o que é Ensino Híbrido, como ele pode ser implementado e como ele se relaciona com o modelo tradicional de ensino, escrevemos este artigo.

Com esse objetivo em mente, recorreremos a documentos sobre o tema e a depoimentos de especialistas no assunto. É o caso de Lilian Bacich, doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano (USP) e mestre em Educação: Psicologia da Educação (PUC/SP), além de membro do Grupo de Experimentações em Ensino Híbrido. Leia!

O que (não) é Ensino Híbrido?

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) vêm ganhando espaço no mundo da educação. Desde o boom tecnológico no final do século XX, hardwares e softwares passaram a fazer parte do dia a dia de estudantes. Contudo essa presença não se aplicava a todos os níveis de formação, podendo ser mais percebida na Educação Superior.

Quando pensamos no contexto da Educação Básica, entretanto, podemos sentir que, apenas com a necessidade de adoção do isolamento social em razão da pandemia de Covid-19, houve aceleração na adesão dessas ferramentas.

Nesse sentido, é válido destacar que a simples utilização de instrumentos tecnológicos na educação não configura o Ensino Híbrido.

Ou seja, não basta que uma aula seja gravada e assistida online ou que o professor, dentro da sala de aula, apresente um vídeo aos alunos. Para que uma prática seja considerada como prática de ensino híbrido, é necessário que o online e o presencial se complementem. Em sua Nota Técnica #18, o CIEB (Centro de Inovação para a Educação Brasileira) considera que

“[…] o ensino híbrido é entendido como uma abordagem que utiliza e integra as várias tecnologias digitais, tanto nos momentos presenciais, quanto nos remotos. [Ou seja] há ensino híbrido considerando os momentos presenciais e há ensino híbrido considerando a integração entre presencial e remoto […]” 

Então, qual a principal característica do Ensino Híbrido? Qual o seu objetivo central? Como resposta a essas questões, podemos considerar a personalização do processo de ensino-aprendizagem associada à utilização de tecnologias.

Personalização: protagonismo estudantil

Falar em personalização (ou ensino individualizado) não é novidade. Tampouco ela está necessariamente ligada ao Ensino Híbrido. Entretanto as novas tecnologias contribuem muito para esse fim, uma vez que elas devem funcionar como um meio para que alunos e professores estejam alinhados quanto ao processo de ensino-aprendizagem.

Ou seja, se na visão da personalização do ensino, as práticas e os conteúdos são pensados em consonância com as necessidades, carências e interesses do aluno, na abordagem do Ensino Híbrido, a tecnologia traz os insumos para facilitar a identificação dessas necessidades, carências e interesses.

A mesma nota técnica do CIEB referida na seção anterior cita Horn & Staker (Blended: usando a inovação disruptiva para aprimorar a educação. Porto Alegre: Penso, 2015) para explicitar que o Ensino Híbrido pressupõe que

“estudantes tenham algum controle sobre o tempo, o lugar, o caminho e o ritmo da aprendizagem; haja supervisão, mesmo em local físico fora da escola; a aprendizagem seja integrada (online e presencial).” 

Currículo e Avaliação

Ao optar pela abordagem do Ensino Híbrido, a escola deve rever alguns pontos do planejamento escolar. Conforme referenciamos anteriormente, nessa abordagem o ensino remoto e o ensino presencial devem se complementar, a fim de garantir a autonomia do estudante, em um processo de personalização do ensino. E, também nessa perspectiva, é ainda mais importante que haja a possibilidade de mensuração e análise dos resultados.

De forma geral, podemos dizer que o currículo, a nível do que é abordado, permanecerá o mesmo. Os conteúdos a serem abordados e as habilidades a serem desenvolvidas seguem sendo aquelas expressas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O que muda são os instrumentos e ferramentas com as que esses conteúdos e habilidades serão abordados.

Nesse contexto, a avaliação assume papel de destaque no processo de ensino-aprendizagem. Assim como ocorre nas Metodologias Ativas de educação, a avaliação passa a ser instrumento norteador das práticas pedagógicas.

Para o docente, as avaliações devem servir como diagnóstico do processo de ensino-aprendizagem. Os dados obtidos por meio delas servirão para embasar o planejamento das próximas aulas. Por isso, o acompanhamento deve ser constante, com estabelecimento de metas e abertura ao diálogo com os alunos, que devem ter participação ativa também nesse momento.

Modelos de Ensino Híbrido

Até aqui, entendemos melhor o conceito de Ensino Híbrido e como ele impacta o que conhecemos como processo de ensino-aprendizagem. Agora, vamos explorar um pouco mais os modelos desse novo ensino. São modelos, dispostos na nota técnica do CIEB, que integram momentos presenciais e remotos e evidenciam a nova dinâmica entre docente e discente.

Modelos por Rotação

Laboratório rotacional

Nesse modelo, o objetivo é que as atividades sejam realizadas no espaço físico da escola. A proposta é que o professor divida a turma em dois grupos: o primeiro realizará a tarefa em sala de aula, junto ao professor; o segundo, no laboratório de informática (se houver) ou em outro espaço com auxílio de equipamentos, como os próprios smartphones.

A ideia é que cada grupo de alunos possa aprender sobre o mesmo assunto por meios diferentes. Além disso, os alunos que estão realizando a atividade por meios digitais serão acompanhados por tutores (se houver) e deverão, ao final da atividade, apresentar algum tipo de relatório do caminho percorrido para sua realização.

Rotação individual

Aqui, mais do que no modelo de rotação por estações, o foco está na personalização. Para isso, após aplicação de uma avaliação diagnóstica, o professor terá em mãos dados suficientes para entender as facilidades e dificuldades de cada estudante. Com esses dados, ele deve elaborar um roteiro de atividades individualizado que indica ao aluno quais atividades ele vai realizar com base em suas necessidades e em sua forma de aprender.

Rotação por estações

Nesse modelo, o diferencial está na diversidade das atividades. Pensado em forma de sequência didática, na rotação por estações, o professor deve levantar os conhecimentos da turma no início da sequência e sistematizar o que foi aprendido ao final. Todos os alunos, divididos em pequenos grupos, realizam as mesmas atividades, cada uma de uma vez e com tempo pré-definido, ou seja, cada atividade é uma estação.

Aqui, a ideia é que no mínimo uma atividade possa ser realizada de forma remota. Além disso, as estações devem ser independentes entre si e apresentar variedade de recursos para sua realização, a fim de atender à personalização e adequar o aprendizado ao perfil heterogêneo da classe.

Sala de aula invertida

Aqui, temos um modelo basilar das Metodologias Ativas. Na sala de aula invertida, a ideia é que os alunos cheguem na sala já tendo visto o conteúdo, pois, assim, o professor poderá focar em sanar a dúvidas enquanto propõe a resolução de exercícios ou a discussão do tema, por exemplo, a fim de construir coletivamente o conhecimento.

Assim, tendo o controle do seu tempo de estudo, o estudante, em sua casa, entra em contato com o conteúdo, por meios digitais ou não, e o professor ganha o tempo da aula para focar na facilitação.

Modelo Flex

O modelo Flex é bastante parecido com o de Rotação Individual. No entanto a proposta é que as atividades, pensadas de forma personalizada, sejam realizadas principalmente de maneira online, mas, em alguns momentos, presencialmente.

Com a realização remota das atividades, o estudante tem maior flexibilidade no estudo, podendo definir o tempo de acordo com o seu ritmo. Já o professor deve estar disponível para sanar as dúvidas quando estas surgirem e propor encontros presenciais para discussão do tema quando for coerente.

Modelo Virtual Aprimorado

Aqui, os estudantes comparecem à escola um ou dois dias da semana, para realização das atividades pensadas para o presencial. Nos demais dias, organizam seu tempo para os estudos online, conforme indicado pelo professor no percurso de aprendizagem definido por ele.

Benefícios do Ensino Híbrido

Mais do que uma realidade temporária, o Ensino Híbrido se tornou essencial para as escolas. Superando o modelo de aulas tradicionais, que já não é suficiente para atingir às expectativas do aluno do século XXI, essa abordagem apresenta inúmeros benefícios.

Em primeiro lugar, podemos resgatar a personalização do ensino. Com ela, o professor garante maior engajamento do aluno, uma vez que ele estará em contato com aquilo que se aproxima da sua realidade e que é deu seu interesse. Ainda nesse sentido, o ensino individualizado permite ao professor intervir de maneira mais efetiva, pois o docente consegue entender os avanços e as carências de cada indivíduo.

Nesse modelo, a interação professor-aluno é potencializada. Os alunos contam com a possibilidade de ter as práticas pedagógicas moldadas de acordo com seu perfil e seus interesses. Enquanto os professores ganham tempo para focar naquilo que é realmente essencial, pois dispõem do suporte da tecnologia para realização de tarefas que otimizam seu trabalho.

Desafios de implementação do Ensino Híbrido

Agora que já vimos como começar a implementação dessa abordagem na escola e seus benefícios, vale destacar que os desafios vão muito além de atualizações do planejamento escolar e adequações do currículo.

Antes de tudo, é preciso que diretores e coordenadores estejam engajados na adesão do novo modelo de ensino. Para que a cultura escolar seja atualizada de acordo com os preceitos do Ensino Híbrido, os gestores da escola devem acompanhar de perto a implementação e estar dispostos a investir nas atualizações propostas pelo planejamento escolar, inclusive no que se refere à infraestrutura.

Por ter papel fundamental, o professor deve estar preparado para assumir a nova abordagem. Deve-se investir na formação continuada dos professores, para que eles estejam sempre atualizados com o que há de novo nos mundos da educação e tecnologia. Eles devem saber como integrar, no processo de ensino-aprendizagem, os hardwaressoftwares e plataformas disponíveis, a fim de pensar na elaboração de um plano de aula que seja coerente com os modos de avaliação escolhidos.

Por fim, alunos e seus responsáveis devem estar cientes da implementação do novo modelo e de como ele funciona. Essa aproximação com a família dos estudantes permite compreender melhor a realidade deles e entender até onde é possível avançar dentro da abordagem do Ensino Híbrido. Além de que o relacionamento transparente garante que alunos e seus responsáveis sejam parceiros no processo de ensino-aprendizagem.

Ensino Híbrido na prática

Como vimos, aplicar o Ensino Híbrido envolve muito mais do que o uso da tecnologia dentro ou fora da sala de aula. Assumir essa abordagem significa rever o próprio planejamento escolar e as práticas pedagógicas que a instituição lança mão para atingir seus objetivos.

Por Jean Ribeiro

O artigo  foi  publicado por Somos Par

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