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Por que ainda não temos healthtechs unicórnio no Brasil?

 

Atualmente, o Brasil conta com 27 unicórnios – empresas com o valor de mercado acima de 1 bilhão de dólares – e o número de startups com este título não para de crescer. Nesse cenário todo, chama atenção o fato de não haver, ainda, nenhum unicórnio brasileiro que atue em saúde, mesmo sendo este um dos principais setores da economia brasileira.

Healthtechs no Brasil

Toda startup surge com um propósito: resolver problemas latentes a partir de soluções tecnológicas em busca da simplificação de processos obsoletos. Todos nós sabemos que o setor de saúde clama por soluções eficientes e tecnológicas. Então, por que as healthtechs ainda não ganharam tração no Brasil?

Para compreender o que vem acontecendo no ecossistema das healthtechs, uma comparação com o setor financeiro é bem-vinda. Ambos são profundamente regulados e recheados de complexidades, contudo, as fintechs dominam a lista de unicórnios e o ecossistema, no geral, é um dos mais maduros no que tange tecnologia e inovação. Tanto que o Brasil é mundialmente reconhecido por ser celeiro de fintechs, mas ainda não se consolidou como uma potência em healthtechs.

Por exemplo, provavelmente você já ouviu falar no “Open Health”, proposta pela qual o paciente possui todo o seu histórico de saúde em uma única plataforma que seja acessível a qualquer médico ou instituição. Algo muito parecido acontece no setor financeiro através do recém-criado Open Banking, que possibilita a troca do histórico financeiro do cliente entre diferentes bancos, de acordo com o desejo do consumidor.

Open Banking

Agora, imagine o funcionamento do Open Banking, em um cenário no qual grande parte das transações financeiras são realizadas em notas de dinheiro, cheques, e em que os sistemas de diferentes bancos não conversem entre si, ou seja, sem interoperabilidade.

Temos que concordar que seria bastante difícil conceber a existência do Open Banking e outras praticidades como: efetuar pagamentos de maneira digital, realizar transferências sem taxas, além de possuir acesso a crédito sem ter que ir na agência bancária. Sem contar nos diversos benefícios sob a ótica de gestão que essas inovações levaram às instituições financeiras.

A saúde no Brasil

Pois bem. Este é apenas um dos exemplos que retrata o momento da saúde no Brasil. Atualmente, grande parte dos registros clínicos ainda são feitos no papel: como o prontuário do paciente, solicitação de exames, atestados, receita médica, dentre outros documentos que circulam pelas gavetas e prateleiras das clínicas e hospitais. Hoje em dia, alguns destes documentos já nascem digitais, contudo, são armazenados nos sistemas dos hospitais, que possuem um baixo nível de interoperabilidade.

Por este raciocínio, fica mais clara a razão pela qual ainda estamos distantes de um ecossistema integrado e multidirecional em saúde, que é pré-requisito para a estruturação tecnológica do setor.

Apesar disso, vemos que esta realidade está mudando. Cada vez mais, as healthtechs têm ganhado relevância e maturidade, à medida que diminuem as ineficiências do setor. Desde aquelas que propõem novos modelos de remuneração, incentivando o Value Based HealthCare e foco na atenção primária, àquelas especializadas na digitalização de atendimentos e documentos clínicos, como as empresas de telemedicina e de receita digital. Tudo isso em busca de um ecossistema mais digitalizado e menos burocrático, desafiando o status quo.

Com certeza, não sou o único a enxergar tal movimento. De 2018 para 2020, o Brasil viu mais do que dobrar o número de healthtechs em operação. Além disso, o ano de 2021 registrou o maior número de deals e valor aportado em heathtechs, com aproximadamente R$ 1,75 bilhões investidos, segundo o Distrito.

Inicio em um setor gigante

Fica claro, portanto, que o crescimento das healthtechs está apenas começando. O setor é gigante e repleto de problemas, criando um vácuo para soluções que vêm sendo preenchidas pelas heathtechs atuais, que diariamente lutam para romper com o tradicionalismo do setor de saúde.

Mas aqui cabe um alerta. O vilão ainda é o papel e isso deixa ainda mais claro que somente com a transformação digital, as healthtechs brasileiras terão pista livre para figurar junto aos outros 27 unicórnios.

Muitos alegam que é necessário tempo para que o ecossistema amadureça. Contudo, mais do que tempo, é necessário muito empenho e intencionalidade para concretizar mudanças relevantes na saúde. Me anima como cresce, cada vez mais, o número de pessoas – empreendedores, investidores e executivos – que pensam dessa forma e dedicam suas horas para tornar “a promessa das healthtechs” em realidade e a saúde mais acessível e descomplicada para todos.

*Gianluca Xande é empreendedor em saúde, first employee na Mevo e bacharel em Administração de Empresas pela FGV

O artigo  foi  publicado por Medicina SA

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